A tilápia é o peixe de água doce mais produzido no Brasil e um dos mais consumidos pela população, em função do sabor suave e das qualidades nutricionais. Neste cenário promissor, Minas Gerais é o terceiro maior produtor nacional, com bastante espaço para o crescimento da atividade no estado.
Como explica Alexmiliano Vogel, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), o Brasil ainda importa muito pescado. “Essa fatia do mercado pode ser preenchida com a produção interna de tilápia”, afirma.
Cenário e desafios
O consumo per capita de peixes no país vem aumentando ano a ano, o que abre novas perspectivas para a produção. Dados da Associação Brasileira da Piscicultura – PeixeBR, apontam que a produção no país cresceu 53,25% entre 2014 e 2023, sendo que a tilápia foi a proteína animal com maior incremento na última década.
Apesar deste cenário, há ainda vários desafios a serem enfrentados. A Epamig desenvolve trabalhos sobre diferentes aspectos da produção. As pesquisas abrangem pontos de atenção para os piscicultores, tais como, qualidade genética e reprodutiva, alevinagem e aumento da produtividade.
Para o pesquisador da Epamig, Alisson Menezes, a produção de alevinos começa na escolha de matrizes e reprodutores, com alto potencial genético e reprodutivo.
O enfoque é a reprodução e o desenvolvimento dos peixes, com atenção para a alimentação adequada e cuidados com os viveiros ou tanques, visando crescimento e ganho de peso. A sexagem é outro fator importante.
“É desejável que a maioria dos alevinos sejam machos, que crescem mais rápido que as fêmeas. Isso evita a superpopulação na fase de engorda e melhora o rendimento produtivo com maior obtenção de carne”, explica o pesquisador Alexmiliano Vogel.
Para garantir o maior percentual de machos, as larvas passam por um processo, chamado de reversão sexual, que consiste no fornecimento de hormônios masculinizantes, durante 30 dias.
Esta ação resulta em mais de 90% de alevinos machos, o que impacta positivamente na produção final. O sucesso na atividade está relacionado ao monitoramento e acompanhamento de todas as fases do processo produtivo.
“A agricultura de precisão vai tornar a atividade mais viável. Fornecendo apenas o necessário. Isso se dá com acompanhamento zootécnico semanal do sistema de produção para que as correções sejam feitas na hora exata”, ressaltou Alexmiliano.
Alevinos
A Epamig produz e comercializa alevinos de tilápia-do-nilo, linhagem GIFT, predominantemente machos revertidos, no Campo Experimental de Leopoldina. A oferta é sazonal e a disponibilidade e condições de entrega devem ser consultadas pelo e-mail: [email protected].