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14ª Lavagem do Cais do Valongo celebra memória ancestral na Pequena África – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Ao longo do dia, o evento promoveu uma série de atividades abertas ao público – Marlon Soares

O coração da Pequena África recebeu um ato de enorme simbolismo neste sábado, com a realização da 14ª Lavagem do Cais do Valongo. A cerimônia, marcada por espiritualidade, cultura e afirmação da identidade negra, contou com patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

Conduzido pela Iyalorixá Edelzuita de Oxaguian, o evento ocupou o Cais do Valongo — maior porto de entrada de africanos escravizados nas Américas e Patrimônio Mundial reconhecido pela UNESCO.

A programação começou às 9h, com um cortejo de forte carga simbólica e espiritual, conduzido pelo Bloco Filhos de Gandhi e acompanhado por grupos tradicionais como Afoxé Filhos de Angola, Bloco Ziriguidum, Mariamas e Filhas de Gandhi.

Ao longo do dia, o evento promoveu uma série de atividades abertas ao público, incluindo uma mesa de debate sobre políticas públicas e antirracismo, visitas guiadas ao sítio arqueológico, apresentações de samba de roda e jongo com o grupo Identidade Preta, roda de capoeira com o mestre Pqd e o Sarau da Pequena África, com poesia e música. O encerramento contou com uma apresentação de alas de samba e uma grande roda aberta ao público.

– O Cais do Valongo é um solo sagrado, onde repousa a memória de milhões de vidas que construíram as bases da nossa cultura. A Lavagem é um ato de dignidade e de afirmação da história negra no coração da cidade – afirmou o secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, acrescentando: – É papel do poder público garantir que essa memória seja celebrada com o devido respeito, visibilidade e apoio. Essa é uma política de reparação simbólica e de fortalecimento dos territórios culturais negros.

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  • 26 de julho de 2025
  • Marcações: cais do valongo Pequena África